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Interzone Blues à gera​ç​ã​o que pulou no abismo

by YAOAX

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about

“Lembrar-se passou a ser a mais profunda rebelião da alma e seu desespero”
Cláudio Willer (Lembrança de 1968/70 em “Dias Circulares”)

“Liguei o rádio. Além dos pensamentos, queria outros ruídos no cérebro. Mais profanos, menos confusos”
Caio F. (em “Onde Andarás Dulce Veiga?”)

*Interzone: Lugar imaginário onde ocorrem as “badtrips” e as histórias de espionagem de W. Burroughs .

** “Uma geração pulou no abismo...”, verso do poema “Homenagem a Dashiell Hammett” de Claudio Willer.

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Y.A.O:
S.I.L.A. C.R.V.S. ou Sila é DADA. Punhal cravado nas páginas amarelas da telelista e, por vezes, faca de bolo fincada no catálogo de taras e fetiches. Apenas um jogo, cujo propósito é a perda da própria Identidade, que uma vez rasgada, pedaço por pedaço, a mão esquerda tenta restituir um novo ser das ruínas. Era apenas papel picado na caixa preta da boa vontade.

Antes de sermos uma trindade no tal projeto “S.I.L.A. C.R.V.S. A.O.A.”, da curta época quando éramos Y.A.O e 'Dead in DUMP', o theremin que me acompanha apresentava “sinais de tempo”: mal funcionamento, mal contato, mal uso...; bem, após certa queda, o campo magnético das antenas passa a responder de forma peculiar... e “isso” nas pedaleiras que usei transformaram seus sons numa guitarra-rádio escrotíssima. Esses áudios, esse EP, é a captura da bizarrice transcorrida em noites de reunião fraternal.

Algumas passagens nessas faixas já remetiam a músicas nossas formalmente estabelecidas num futuro próximo; o desejo de que as performances adquirissem um caráter “arrumado” reflete as nossas tentativas de sermos “claro-e-objetivo” enquanto produtores de uma mensagem, ao contrário do que se encontra no presente EP – queríamos estender essa experiência a um público amplo. Felizmente desembestamos logo, quando do futuro a pedrada acerta a cara do nosso agora: está claro que aquilo que nos espera não é “amplo”.

A.X (Dead in DUMP) e eu precisávamos forjar uma linguagem com os nossos equipamentos. Precisei saber o estado do gosto musical e das técnicas que o meu parceiro valia-se em sua produção pessoal. O primeiro gosto em comum: o Witch house, dele caminhamos para a música “ambiente”. Mesmo nas ideias em comum tínhamos percepções distintas e, aliado a isso, o fato de eu não entender a música no contexto de produção, dos ritmos eletrônicos e até no contexto das músicas feitas em computador tornava meu parceiro um potencial a se trabalhar – ou seria na verdade ele quem me via como um potencial, já que foi A.X. quem me chamou para produzirmos juntos.

Tudo o que eu tinha a oferecer, além de escassos instrumentos eletrônicos, é a minha devoção à literatura e que esta representasse no projeto o nexo e o principal leitmotiv – a música, em meu querer, estava para o meio desse fim.

A música como vetor para o que é “ex libris”.
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A.X:
Se de alguma maneira eu trilhava um caminho, havia a certeza que esse caminho não me levava a nada. O que era minhas músicas se não barulhos amorfos que eu recusava passar dias lapidando? Não fazia sentido lapidar se tudo que pretendia era não me encaixar. Por muito tempo até recusei comprar instrumentos, seria possível aprender a tocar sem ter conhecimento de teoria musical?

A resposta era sim! O que não sabia ainda era em que local isso poderia ser desenvolvido. Foi quando em nossas reuniões descobrimos um possível potencial em improvisos, o que parecia impossível na verdade era a expressão mais sincera do que poderia sair de duas mentes. Em diversas tardes no final de 2016 ligávamos o gravador do celular e deixávamos todos os sons entrarem dentro do pequeno registrador, os sons de fora do quarto e os de dentro se misturavam, às vezes encontrando o mesmo ritmo. Quando finalmente me dei conta que estava tocando nas teclas do computador vi a necessidade de um instrumento periférico, e Y.A.O. me convenceu a comprar um pequeno teclado, plano que eu relutava de pôr em prática. Naquela época tínhamos apenas um theremin, com um único pedal, dois monotrons de segunda mão e um netbook, que me dava choques por estar com o fio descascado, além da controladora de duas oitavas.

E de repente nosso pacto foi firmado. “A cabeça que cai “ era o nosso teste de ritmo e sim, era possível fundir um instrumento tão exótico com batidas, mesmo parecendo inimaginável para mim. “Interzone Blues” foi fruto de um de nossos primeiros ‘ensaios abertos’, ainda sem entender o que estávamos preparando, nossos convidados ficavam hipnotizados com o barulho vindo de duas pessoas. No mesmo dia Y.A.O. colocara um de seus solos em loop: “Inimigo em comum”. A rua de Y.A.O. nunca foi das mais tranquilas, o barulho vindo de fora irritava todos que ali moravam, mas para nós não importava, “Ruínas flutuantes” e “Mar das canções perdidas” foram estraídas de um desses dias caóticos, onde as pessoas da casa não sabiam se reclamavam do som de fora ou do de dentro.

Para Y.A.O. a música que ele fazia sozinho era sua meditação, ao adentrar no seu universo entendi que era possível passar minutos repetindo sons e se deixando levar pelo sentimento de paz que eles poderiam proporcionar (“Pisces/Capricornus”). E mesmo com tão pouco, ousávamos reduzir mais ainda, “Sonho secreto” saiu de um dia em que não queríamos ligar theremin e computador, utilizando apenas as pedaleiras, os microsynths e nossas vozes.

Saímos do quarto escondendo o nosso “bebê de Rosemary”, e hoje ele incomoda correndo apenas dentro dos corredores e porões da nossa mente. É preciso que os outros também o conheçam.
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Estas músicas compõe mais uma parte dos refugos enigmáticos produzidos em 2017, acreditamos que esse poderia ter sido o nosso primeiro álbum.

credits

released October 31, 2019

Músicas: Y.A.O & A.X
Foto: G.F (Gabriel Farias)
Produção: Sila-Crvs A.O.A

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